quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

uma taça de vinho



Era começo do verão, os corpos em movimento na praça de comemorações. almas que se encontravam em desencontros sem se perceberem. Chamou atenção sem o mínimo de esforço.
Ela tem a estrutura dos contos de Caio, é forte e exala mistério. Tem graça sem ser engraçada.
-'brava' a moça na sua voz forte de decisão fácil. O ímpeto reside na expressão sisuda para espantar o que não é bem vindo. Os olhos de noite, da cor das paredes do centro histórico, dos bares, das casas enfim. Tem riso frouxo mas não fácil, contraste da seriedade crua. Quando sorri  entre lábios não sei dizer até que ponto é possível não quere-los meus.. Tem a inteligência ligeira e sarcástica de quem não faz esforço algum, apenas é. Seu tom é 'in Dó', boêmio, gera um blues, tem peso e quando se gosta daquele som, nenhum outro faz sentido. Enquanto acaricia seu ventre em distração sem se perceber, me perco no seu umbigo jurando ser ali o centro do mundo.
Cruza os pés em descanso com descaso ao derredor, tem os movimentos de dançarino
que conquista no seu passo sem pedir licença. De ritmo lento, quem se importa com a pressa diante dela. É mulher rebelde que assume o descompromisso dos cabelos curtos e despenteados, não se importa com o imaculado. Nas mãos nuas um anel sem compromisso adorna os dedos finos. Ela não está interessada. Exala arte, é arte. Cheira a livros com cigarro num começo de noite qualquer. No vidro dos olhos películas passam tal qual negativos, registros de vidas. É leve feito papel com a densidade e intensidade de Leminski. Não querer é quase uma heresia, tê-la é melhor que chope de café em pleno janeiro.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014


- oi. Eu to afim de você.
- sério?
- não.
- ...

Chega ser ridículo a busca quase inconsciente do ser humano por aquilo que não pode ter. Ou pensa não poder. Histeria comprovada e provada. Te quero agora que você quer outro que não te quer justamente por você o querer. E assim caminha a humanidade grandiloquente nos seus casos e causos sentimentais cheios de drama e muito tempo perdido.
Ligado num ontem perdido, pensando com penar num amanhã quase morto. Sinto-me inteira na minha falta de. Sem fé alguma, porém, inteira. Sem meias verdades e 'mimimi' desnecessário. Noutra noite me veio falando de arrependimento. Arrepender-se é tão somente a sua pior escolha. Escolha. Jovens. Tolos.
Nem amor, nem amado.
Só tem querer, pressa, desesperados passam despercebidos por aquilo que lhes faria a diferença,  pouco percebem. Ele está ali, quase gritando na sua 'cara' e só você finge não perceber. Até quando não sei.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014


Dos almoços de domingo não me lembro. Dos momentos congelados para sempre em imagens não partilhei.
Quero aqueles dias de sol entre nuvens e muito lexo. Estou cansada de retóricas e joguinhos de sedução. Daqueles amores desesperados que com a força que chegam, também se afastam. Viram poeira até sumir por completo no ar de um dia qualquer.
Tenho necessidade de silêncios somados e dias de descanso a dois. Quero um chá bem quente mesmo  no verão, uns risos frouxos entre frase soltas e nosso completo estar dentro de um nada que nos torna mais preenchidos. Aquele café no fim do expediente. Que não haja mais excessos e que no caos  vestido de calmaria eu possa repousar meus sonhos e iniciar metas. Quero um riso surpreso teu de quem não espera mas se agrada. E que no quintal na minha morada você plante suas flores e colha sua paz. Um amor de fim de tarde onde tudo é mais brando e muito mais bonito. Rede, chá, café, bolo. 'Você e sua sinceridade, o resto a gente decide amanhã no café da manhã'

Não sou dada a amenidades mas sinto uma vontade enorme de chá com bolinhos e você no meu sofá.
Não que eu seja romântica contudo, nos dias nublados sinto mais vontade de te escrever. As horas vão engolindo os dias e no meu repouso eu tenho sentido falta de uns fios de cabelo dividindo comigo o travesseiro que é meu. E eu sou tão egoísta ao que se refere a travesseiros. Não que o amor esteja batendo a minha porta, mas ando cansada das ficadas de final de semana e beijos alcoolizados de bares quaisquer. Me dou o direito de rejeitar, ainda que isso implique em solidão todos os dias e horas da minha semana. As manhãs correm e no fim dela já são 17 hr e minha casa vazia me causa uma paz enorme. O incenso queimando na sala ao lado das plantas, assisto enfim, uma tranquilidade conquistada, e toda conquista, descoberta, tem mais graça e valia quando compartilhada com alguém, disse aquele cara naquele filme. Ando cansada de andar sozinha. Ir ao teatro sozinha, apreciar o silêncio no fim de tarde do meu quintal sozinha e na rede, sobra espaço. Não que eu seja carente mas o ser humano perde um pouco do viço quando não consegue sentir e canalizar esse sentimento para algo's e alguém em especial.
Então eu te busco nos pequenos detalhes e nas pequenas ansiedades do dia, afim de que você perceba e se aproxime num encontro casual de quem não quer nada. O show vai acontecer, as estréias cinematográficas serão apreciadas, mas eu confesso, eu prefiro o sofá e os incensos, só falta você.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

amenidades


Dos almoços de domingo não me lembro. Dos momentos congelados para sempre em imagens não partilhei.
Quero aqueles dias de sol entre nuvens e muito léxico. Estou cansada de retóricas e joguinhos de sedução. Daqueles amores desesperados que com a força que chegam, também se afastam. Viram poeira até sumir por completo no ar de um dia qualquer.
Tenho necessidade de silêncios somados e dias de descanso a dois. Quero um chá bem quente mesmo  no verão, uns risos frouxos entre frase soltas e nosso estar dentro de um nada que nos torna mais completos. Aquele café no fim do expediente. Que não haja mais excessos e que no caos  vestido de calmaria eu possa repousar meus sonhos e iniciar metas. Quero um riso surpreso teu de quem não espera mas se agrada. E que no quintal na minha morada você plante suas flores e colha sua paz. Um amor de fim de tarde onde tudo é mais brando e muito mais bonito. Rede, chá, café, bolo. 'Você e sua sinceridade, o resto a gente decide amanhã no café da manhã'

domingo, 28 de setembro de 2014

de 2012

Dentro daquele turbilhão de sentimentos somados a um estar de espírito cansado e cético me vem a nostalgia. Estranho pensar que pensei nas suas palavras durante boa parte do dia de hoje, ontem. Te busquei sem perceber nos mínimos detalhes, nas entranhas da minha mente e te encontrei linda e doce. Pensei nas coisas que deixei de falar, me chateei por aquelas que falei em momentos inoportunos. O sono que não consome, meu estômago começa a reclamar comida, o café mantendo a mente viva. Diante de um todo, de um tudo, hoje é você jardim, quem entope meus pensamentos, provoca histeria. Num momento de ócio.

terça-feira, 9 de setembro de 2014


Daquelas vozes pouco ouvia, das frase clichês nada absorvia. A boca lasciva que beijava a indiferença do ser quase morto nas suas sensações e vontades, salivava a pressa da juventude. Não despertou. Nada fazia diferença, não havia interesse não possuía desejo pela boca vasta, a beleza nata a matéria em processo de. Havia um irremediável desprezo primogênito por aqueles corpos e mentes. Como se não passassem de alucinações noturnas e desesperadas.  - Daquelas vozes pouco ouvia, das frase clichês nada absorvia. A boca lasciva que beijava a indiferença do ser quase morto nas suas sensações e vontades, salivava a pressa da juventude. Não despertou. Nada fazia diferença, não havia interesse não possuía desejo pela boca vasta, a beleza nata a matéria em processo de. Havia um irremediável desprezo primogênito por aqueles corpos e mentes. Como se não passassem de alucinações noturnas e desesperadas.
Estourou-me os tímpanos aqueles sons, aquela voz. Talvez tenha me tornado uma frouxa. Talvez seja a vergonha da raça. Fugi sem disfarçar. Sair a francesa ou não. Quem se importará.
Talvez tudo, talvez o meu nada.

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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Sir

Dane-se a felicidade alheia, o dia dos pais e as propagandas mal elaboradas do refrigerante  'DOLLY'
E se o meu amargor diante da sua perda é real independente de dia, data ou hora, não me interessam os presentes, nem os almoços de família.
Enganei-me ao pensar que o tempo acentua a falta ou a presença obesa da sua perda. Hoje percebi que diante da sua criatividade exacerbada e palpável senti um embargo. Talento que embarga.
Ainda consigo sentir seu perfume forte depois de cada ida ao banheiro. Vejo os cabelos começando a serem coloridos pelo tempo, seu pouco tempo, curto tempo. Molhados.
De onde veio essa mania de molhar a cabeça todo tempo como quem refrigera a alma, as ideias, limpa os pensamentos. Eu nunca te perguntei.
Essa mania que te fez acreditar que tudo ficaria bem e que a dor no peito passaria enquanto suas veias sufocavam sem dó nem piedade seu tão imenso coração.
Por vezes durante um momento comigo mesma consigo ver e ouvir seu jeito, suas expressões, sua voz imponente quando você jogou a toalha e percebeu que a água na cabeça não estava fazendo o trabalho desejado.
Frustração.
E então - 'não da mais pra mim' falou. Estaria você dizendo algo para si mesmo nesse momento?
esteve.
Quase um ano depois, quase um ano nos separa e nada mudou desde a sua viagem. Ambas viagens.
Só permanece. Tudo permanece. Você permanece.

Emicida

Demorou e ainda não está tão claro quanto costuma ser dentro de mim.
Custou mas eu consigo perceber o que é e pode ser não sendo. Você tem um gosto de 'pré pronto' com conservantes fortes disfarçando toda sua fragilidade que julga ser perigosa. Quase causa enjoo.
Uma mente confusa de um adolescente de quinze anos que entre uma matéria e outra descobre seus percalços sentimentais, confusões diárias. Seu histórico é triste e pesado, causa penar, não é de todo ruim.
Te fez forte na sua fraqueza, te deu amplitude na sua cegueira e transformou seu ser em vezes faca, noutras flor. Porque somente um ou outro é deveras sem graça.
Sua tristeza velada transparece nos olhos dispersos e palavras soltas como quem procura e não acha, como quem foge e não sai do lugar.
Reciprocidade é um desejo universal, ainda que inconsciente na maioria. Você não sabe lidar. Lidar com a falta é mais fácil, querer o inóspito é excitante. Unilateral.
Existe uma vontade tola de te retratar uma realidade longe da sua, existe uma sensação ingênua de que com duas palavras e um chá toda essa burrice amorosa caia por terra e juntamente poderíamos acabar com aquilo que você finge não sentir, não se importar, numa busca ostensiva de não transparecer enquanto escorre o pus das feridas abafadas. Fétidas.
Divido a minha dose contigo, não por querer você, mas por percebe-la.
Percepção é raridade num mundo onde tudo se concentra nos umbigos da individualidade humana.
É tanto ego neles, em você. Um ego que esconde uma necessidade visceral de ser percebida para o que vai além do cabelo limpo e as roupas de marca. É a alma berrando um amor não correspondido, um ego ferido, uma vontade de acolhimento. Quem não espera no mais secreto do seu ser, ser única e exclusivamente acolhido. Esse seu jeito de guria desprendida, esse seu disfarce de perfeição falha, tudo o que pouco me interessa quando julgo conhecer-te  com a certeza errônea de um tolo.
É aquela falta de uma intimidade não forçada, de uma proximidade não geográfica de uma cumplicidade livre.
Vou tomar um café com aquela uma e tudo isso aqui pode não chegar a sair do papel, das madrugadas insones. Vou estar com um ou outro. Vamos. Mas um dia houve reciprocidade, saiba. E ainda há algo aqui que se fez unilateral, mas que não incomoda, afinal, tem aquelas uma's, cafés e chás. Tem noites regadas a álcool, porque eu não sou a guria perfeita e dias de sono.
Tem chá de rosas tem varanda. A gente se encontra por aí.

você percebe que.

O horizonte está logo ali esperando uma contemplação passageira, quase fugas.
Com o tempo você percebe que aquele gosto salgado de lágrima causa inchaço, e fica difícil livrar-se do vício. Então fazendo um retrospecto percebo que muito daquilo que era meu, hoje não é mais. Não ser pode ser tão bom e tão destrutivo, dentro e fora.
Com o tempo a suavidade do chá se faz necessária equilibrando com o amargo do café e café tem a ver com despertar, com vivacidade. Quase uma sensação de morte súbita da vida mal vivida que se leva.
Que doces demais além de causar cárie, ainda causam ardência no fundo da garganta torna desagradável aquilo que era para ser prazer açucarado.
Percebi que preciso tanto daquela paz de estar deitada no sofá da sala em dias sós, tal qual precisam os ''loucos'' de seus tarja preta. Que incenso combina com Yann Tiersen e traz suavidade, acaricia a alma.
Que filmes antigos me agradão mais e que 'doze homens e uma sentença' da uma amplitude de vida, horizontes, e que se o diálogo for interessante, não me importo se dura dois minutos ou duas horas
Percebi e creio que você vá perceber que vazios são irremediavelmente sentidos dia aqui outro ali. Eu preciso do mesmo. Faz parte de mim, dele, s.
Aprendi que não ser amado dói, mas que ser amado me dói também e que doer não é de todo ruim. Entendi que ter algo palpável é tão importante e necessário, mesmo que só exista dentro de nós.
Percebi que chorar não alivia em nada, só engana. Você derrama, derrama e no final daquele drama shakespeariano a tristeza continua no mesmo lugar, com a mesma proporção e o que mudou foram seus olhos jaz semicerrados pelo inchaço causado e que esses mesmos olhos ficam lindos mareados.
Que querer condicionar-se ao outro é um erro grotesco e que amor em nada tem a ver com perfeição ou gostos parecidos. Amar vai além. Compreensão.
Percebi que eu choro mais quando falo contigo, como se na sua falta de querer você cutucasse a ferida que eu nem sei se existe, mas que expurga sem que eu perceba.
Que Ser desejado não faz diferença, o segredo ta naquele em que você direciona o querer ser e que se o mesmo não desejar de volta você vai continuar sem graça, sem cor, sem querer querendo aquilo que pensa não poder. Porque Quase sempre podemos, saiba.
Descobri que escrevo demais porque não sei falar e tenho problemas de dicção, que não tenho com quem falar e quando encontro alguém interessado em todas as minhas linhas eu me encanto, dessa forma quase banal de tão fácil e ao mesmo tempo tão escassa. Escrever poupa os nossos ouvidos. Percebi que odeio essas tais entrelinhas e que o subentendido me causa estafo mental. O joguinho pré adolescente é estapafúrdio e me falta paciência. O direto evita delongas desnecessárias, as mesmas que eu já não quero para mim, perto de mim, em mim. Uma quase pressa.
Os dias de frio são mais prazerosos e as pessoas ficam milagrosamente mais bonitas, porém, os odeio quando o miserável da próxima esquina treme diante do vento que corta os lábios desidratados de dias sujos. Descobri que sexo é ótimo e dane-se se é com quem se ama ou não. Resumi-se em prazer, mas eu prefiro e faço quando amo ou estou disposta a.
Que os dias com amigos próximos próximos fazem a vida valer e que amigos próximos e de verdade são poucos, quase nenhum. Que certos risos conquistam mais que outros e uma palavra amistosa pode salvar uma vida.Clichê que cheira a realidade amadeirada.
Descobri que na concepção da maioria eu sou 'frouxa', só não contei que a questão não é ser ou não. Frouxidão pode ser livramento e que muitas vezes significa ' eu não te quero, quis, quererei'
Ser frouxo é ótimo quando se trata de falta se sentimento e querer. Só se é frouxo quando não se quer o suficiente. Ou não. Mas não, eu não fui frouxa contigo, as vezes o respeito é chamado de 'frouxo' 'covarde' 'molengas' mas é só respeito por você e por mim.
Em suma, descobrir e descobrir-se faz parte das horas, dos dias, semanas que viram meses e que daqui dez anos serão descartadas e redescobertas, a fim e tornarmos-nos seres mais evoluídos na poeira do nosso nada.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Sorria Emanuelle


Os galos cantavam enquanto os olhos ensaiavam o descanso amanhecido. Sentia o cansaço afagar-lhe as costas. A comunidade se movimentava de forma indireta enquanto recordava o gosto cítrico da partida, as cores do fim correndo suas veias tantas vezes violadas por sensações ainda desconhecidas. O sol se fez imperador, chegando com força de batalhões e pedante diante dos seus súditos. Não menos admirado. Desejado. Conquistador como poucos, Dom Juan fez-se aprendiz.
As últimas horas de verde e cheiro frio invadindo seus corpos.
As conversas como murmúrios rasteiros externavam aquela ansiedade tola de tantas idas e vindas. Despedidas de encontros desencontrados pela geografia, possibilitados pela liberdade daqueles que só querem sentir, sem fronteiras
...
A tarde veio agitando os ânimos, a distância começava a causar confusão em mentes expandidas, livres. a caminhada é para ser apreciada.
O pico mais alto, os barrancos mais apreciados, as vistas mais esperadas. Corriam águas verdes cristal por toda a extensão dos corpos presentes. Beijava-os o sol rei. A temperatura na pele, no espírito livre, na alma bonita. As energias invadindo cada morada ali presente. Os sorrisos. O som da água limpando tudo que chegava no caminho somente dela. Sons'
Sentiam a vida os invadir de forma visceral.
....
As notas musicais correram os tímpanos. Toda a sinestesia da troca, da soma. Do entorno.
Enfim vieram os primeiros abraços, os primeiros 'até breve' seja em qual tempo espaço. Breve.
Riram os dentes, acarinhado os espíritos de luz dessa e das próximas dimensões. Era o fim do novo colocando dentro deles a agitação certa do começo, dos encontros e reencontros. Recomeçaram. A expectativa, as certezas incertas dentro da matéria pungente de surpresas vivas e vividas que somos nós.

terça-feira, 29 de julho de 2014

fiapo

'eu sei que ta tudo uma merda. Eu sei que você ta enfiada nesse quarto, fedida sem tomar banho e só se medicando pra dormir. Sei que você pensa naquela uma mais do que deveria e que levar um pé não é nada fácil. O ego grita e a alma sangra. Eu sei de tudo o que te dói e que ainda vai doer. Sei que ficar deitado na merda as vezes é mais fácil e cômodo pois não implica em atitude, esforço. Mas eu acredito em você. Na sua força. Eu tenho fé em você. Então... Levanta. Vai até lá fora e respira. E quando der, volta. Volta pro mundo. Volta pra mim. Que quem gosta de ti ta aqui fora esperando por você.'

domingo, 20 de julho de 2014

cici

Me sorriu de leve enquanto ouvia um murmúrio quase surdo.
Senti aquela paz imaculada vindo de encontro a mim. Cheirava a roupa nova, entre folhas de um livro não lido. Não possuía passado, não tinha peso no seu semblante. Era leve, doce e pura. Senti a felicidade de tê-la nos braços e receber aquela paz.
Menina Cecília completara dois meses. Tão poucos são os seus dias na terra, tão poderosa ela é. O poder de emanar a paz. O colorido.
Dois meses nos meus braços só me trazendo o bom. Bem maior.
Vida que começa a seguir.
De todos aqueles, sem falar uma frase solta ela se fez presente. Ofuscou.
A mais pura personificação do amor. Verdade.
Menina cici, nossos dias são válidos desde que se fez presente.

vinte metros quadrados

Raridade é sentir a tranquilidade que excede.
Naquelas tardes que seguiram e ainda viriam ela só queria falar. Sem amarras. Falar é um ato corajoso que poucos exercem de fato.
Falou por uma hora e vinte minutos. As mãos estavam frias e ao longo do monólogo, seus pés não conseguiam parar de rodar no ar, tal qual estavam seus sentimentos, seu pensar.
Enfim a suavidade se chegou, aconchegou. Poderia viver naquele pequeno espaço por dias, quiçá meses. Meses buscando aquilo que é escasso, paz. Compreensão de si e do outro. Do entorno.
Poderia falar por horas. Poderia calar. Poderia.

Ficção


Senti revirar as vísceras a medida que ia me aproximando daquele quiosque. A vi de longe, um golpe atingiu meu rosto, ele queimava como a de quem acaba de receber um tapa e oferece a outra face.
Me sorriu e eu pensei '-riso frouxo a moça possui. Grito essa estranheza bagunçando sensações que estão dentro de mim?'
Me veio aquele abraço rápido e quisto. Aquela voz que de imediato ecoou susto nos meus tímpanos.
'-me ajude aqui', falou.
Em pensamento manifestei surpresa. 'ela pouco me conhece e fala como se fosse tão corriqueira essa cena, esse ato'
Achei aconchegante e invasivo. Invasivo não é ruim nesse caso, é intimidador.
Não que eu estivesse intimidada, só não sabia como não deixar transparecer tamanho interesse, contentamento, a vontade de ouvi-la por toda noite, como quem lê. Lia. Lerá. Não deixei.
Não podia.
A noite chegou fria. E minha coragem cadê? Estaria eu tão temerosa que a deixaria passar sem nem ao menos confessar?
Encontraram-me as suas frases. A dicção falhava vez ou outra, como um tropeço. Os movimentos tresloucados. Fala com o corpo a moça. Escreve com a alma, o coração, a garganta. Aquele nó. Meu embargo.
Um, dois, três cigarros... Não deveria destruir seus pulmões enquanto põe pra fora seu ser. Pensei.
As brincadeiras não me deixaram mais tranquila e pela primeira vez não soube agir ou reagir. Repeli.
Desconheci, não sou assim...
Sorriu vez ou outra e eu pude reparar as linhas de expressão que ainda não haviam brotado ao redor daqueles olhos. Seus lábios esbranquiçados, não sei se do clima, do cigarro ou da sua saúde que intimamente, escondendo-se aos olhos, precária. Não menos bonitos.
Já havia falado sobre o nariz, não pude deixar de reparar, casa bem com o desenho do rosto, bem feito como se esculpido a mão por aquele um. Fruto de um talento nato.
Os olhos sorriem em conjunto com os lábios. A menina sorri com os olhos. Costumava pensar que é o jeito mais bonito de sorrir.
trazia consigo no peito e no olhar uma perturbação triste. Uma necessidade de acolhimento. Me doeu enquanto encostada naquela palmeira.
Proteção.
Seu timbre grave me soava suave, quase não compreendia o que era dito, só conseguia apreciar suas notas. Tantas vezes a chacota da vez àquela voz, tantas vezes renegada. Mal sabe ela o poder que sua voz tem. Pode ecoar mundos. Levá-la ao topo mais alto. Revolucionar. Som.
Sua pele branca de menina que não toma sol riscada em cores vivas. Seus cabelos tão negros e cobiçados, cuidados por ela. Arrumava-os a cada minuto, talvez para disfarçar algum nervosismo, ou talvez por costume de menina-mulher vaidosa. A mão magra e pequenina entrava por entre os fios alinhando o que não necessitava ser alinhado.
As cores que a envolviam, o seu frescor de garota recém chegada. Deslumbrada. Sua maturidade evidente contrapondo com seu jeito adolescente. Talvez falasse pelos cotovelos por não saber ao certo o que falar. Talvez por querer falar a tanto tempo e não ter ouvidos dispostos. Quem é que sabe. A moça.
Gostei daquela calmaria travestida de caos.
Já gostava por n motivos, mas dali até chegar naquele bairro fresco e quase bucólico, minha mente não me deixou descansar. Algo mudou em mim. Senti como quem prefere estar perto a qualquer coisa sórdida ou imaculada. Como quem se enche de inspiração para textos mal escritos enquanto a observa falar, gesticular, e entre uma tragada e outra, quase encontrar meu olhar curioso.
...

Senti uma necessidade enorme de sair dali. O derredor me sufocou.
Me chegou quase num sussurro ao meu ouvido, -parece que ta com ciúmes'. Ignorei rasgando o verbo por dentro. Tomei o primeiro gole pra matar o suposto ciúme. Evaporou do copo. A guria do bar sorriu pra mim, não correspondi. Seu batom vermelho escândalo quase não me prendeu.
-Onde ela está? Fumando. Fuma demais essa moça, constatei.
Me veio o segundo copo. O copo da falta de vergonha. Da coragem. Da pista de dança. Do desespero velado, enfeitado de diversão típica.
A pista estava caótica. Meus ouvidos amortecidos. As luzes alegraram meus olhos que quiseram fechar. Vi aquela uma e pensei 'deve ser ciúme. Me fodi'
Quis achar a moça, olhei ao redor, dancei. Sorri. Ela não estava.
Quis dizer que talvez fosse ciúmes. Quis chamá-la para se retirar junto a mim. Sentar, estar e ser. Permanecer.
E quando o cansaço tomou minha mente velha encostando num pedaço de sofá meu corpo ainda jovem. Quando não pensei onde estaria e fingi não me importar, ela apareceu. Apareceu com aquele semblante preocupado e ambíguo. Vi confusão no seu rosto. Havia se maquiado, disse-me ela. Sentou-se. Acolheu em pequena distância meu cansaço. Respeitou meu sono e ofereceu aquela preocupação paciente e bem parafraseada.
Sorri.
Ah se a insanidade me tomasse e me fizesse pedir a ela que saísse dali comigo.
Fiquei. Ficamos ali por um tempo.
Minha cabeça insistia em girar, se recusando a. Uma batalha sangrenta e regada a álcool entre a razão e a emoção, a sanidade e a coragem tomou minha mente.
Um segundo de coragem insana pode mudar vidas.
Ela se virou para mim, senti sua respiração tocando meus olhos. Ela consegue ser mais alta que eu.
Não pude perceber mais nada. Seus lábios se movimentaram como quem dialoga interessado. Pouco ouvi.
Naquele segundo senti o silêncio da certeza me tomar.
Sim. Quero.
Eu a quis pra mim bem ali naquele caos, bem ali com aquela uma no rastro. Bem ali a luz ofuscou minhas dúvidas e me fez assumir para mim mesma que eu a queria única e exclusivamente no meu espaço. No meu perfume. Nos meus dias.
Teria eu, uma pessoa supostamente inteligente e bem resolvida, madura, se apaixonado bem ali?
A moça ainda está começando. A moça tem dona. E naquele um segundo constatando fatos, me mantive inerte diante dela. Como se estar tão perto não provocasse em mim a sensação mais visceral e latente. Como se os lábios não buscassem sem perceber o encontro com cuidado.
...
Era 5 da manhã e ela dormia. Dormia perto, dormia serena e em paz. Um beijo na testa pra mostrar que eu a respeito. Arrumei a coberta sobre ela, fazia frio.
Deixaria correr dias e virar noites ali com ela tão calma e acolhida. Não me incomodaria de preparar o chá dela logo pela manhã enquanto lendo em voz as notícias para mantermo-nos informadas do que está além daquele espaço entre nós. perguntar como passou a noite.
Desde que fosse ela.
...
Amanheci com o rosto dela tão próximo de mim, dos meus cabelos. Senti um riso abafado quando me ocorreu que meu cabelo poderia estar cheirando a cigarro e ressaca.
A garota mal chegou, nem chegou. Tão pouco se instalou e eu já me preocupando. Abafei outro riso irônico.
Agora não adianta mais. A noite passou, a oportunidade passou.
E eu ali parada a observar.

Plim
O elevador chegou. Ela foi.
Fique! meus olhos gritaram surdos.
Apenas fique.

é recíproco

Egoísmo é algo que nos afasta do outro de maneira lenta e gradativa. Não quero mais isso. Essas atitudes extremamente egoístas. Se é pra falar de erro e ser desculpado, você o fez e eu aceitei.

Encanto. Encantada. Apaixonada. Paixão. Tudo. Nada. Nada saber sabendo. Não suporta. Suportar. Não. Sim.

indo,

Sinto uma aperto no peito seguido de um embargo na voz quando você me vem a mente. Penso como não te amar. Não te ter saudade. Penso se é amor. O que é o amor?
Tenho sentido uma necessidade contínua de estar cada vez mais perto. Como lidar?
As vezes meus olhos derramam o que minha boca não ousa dizer. E a mente não quer sentir. Sinto-me fraca e inconstante numa demasia de causar dor. Vez ou outra só o que me sobra é uma vontade frágil e permanente de ir embora. Para onde eu tenha tudo e nada. Ficar. Nem chegar a ser. Ir, sobretudo, em frente

não mais

Enquanto observadora eu percebo que não faço parte. É bonita a juventude se aventurando em passos soltos e criativos. Os cabelos ao vento artificial esvoaçando uma beleza forjada, tão única e tão banal. De todas as cores. Belos.
Enquanto observava, constatava que fazer parte já não era almejado. Já não era importante. Ao final da noite, todos se distraem mergulhados naquela solidão burra que ninguém preenche.

Dia 23 de maio de 2014

O dia chegara a muito. A brisa ta presente e Fria. Manhãs frias me fazem retroceder para onde nunca estive. Ta cinza e cinza combina com retrocessos.

Falatório precário

Enquanto observava aquelas linhas retas de sentimentos e pensamentos tortos, tudo começava a fazer sentido dentro dela. Não se tratava de tristeza, não se tratava de ciúmes ou desses sentimentos meros que a adolescência toma conta. Era algo tão leve que já não poderia doer. Triturar seu pensar. Era tranquilidade quase imaculada que invadia sua mente. E ela ali, lendo todas aquelas linhas cobertas de desabafo que não incomoda, embora, pelo contrário, a atrai mesmo se distraindo aos poucos. É floral. Lento, gradativo, mas ao fim das gotinhas o resultado é garantido. Cada organismo responde de um jeito, mas no final, tudo é absorvido e digerido.
A normalidade está na onde reside a tranquilidade. Afinal, o que é estar, ser normal?
Naqueles momentos que se seguiram Lind podia sentir aquela normalidade distante de outrem. Mas uma normalidade tão tranquila naquilo que não tem jeito. O que não tem remédio, remediado está'' ouvira certa vez. Ecoou em seus tímpanos, e se alojou dentro de alguma terminação nervosa. Libertou-se.
A normalidade vestida com a tranquilidade de dar ao outro exatamente o que recebe e sentir-se nem mais nem menos, apenas igual. Quase beira a conformidade. Quase se assemelha a desistência. Mas é só tranquilidade que a idade reserva. Deixa correr o tempo. Um dia será. Tudo ou nada. Talvez que paira inconsciente nos cérebros escandalosos.
É a normalidade de querer pra si sem pedir, sem cobrar, sem ser o óbvio. Óbvio é a incapacidade de ver além. Guardaria numa caixa, zelaria com afinco, pensava ela enquanto observava aquelas linhas. A ansiedade do novo já havia cessado. O frisson já havia acabado.
Restara nela a certeza positiva do 'real, agora'
Quando perguntada se sentirá vontade de ser tal qual, ela respondeu de pronto 'ser não,-ter' tão somente tê-la.
É claro que a tranquilidade estável de uma mente importante assusta. A 'normalidade estável' assusta quando faz presença no lugar da normalidade para com, com o outro. Mas menina, pensava Lind, não seja egoísta. Na minha tranquilidade eu consigo observar sua vontade de 'ter' distante de 'ser'
Normalidade indiferente é a mais avessa. Aversa. Talvez essa se aproxime rasteira, tal qual o sentir se encaminha para longe. Talvez a certeza do seu papel faça dela uma fiel ouvinte, leitora, quiçá narradora dessas comédias românticas. Dessas histórias de amores não superados, dor de cotovelo e saudade. O trágico cômico romantismo. E só talvez ela só queira isso, observar distinta daquele meio, degustando a tranquilidade de não se afetar. Estar.
Então as linhas não chegaram mais. Se aquietou. Ocupou. Deixou. Se foi. Quem é que sabe?
E o gosto da tranquilidade veio úmida como dia de inverno misturando-se ao amargor da certeza.
chegara a aquela conclusão macilenta de que querer para si vai além das banalidades tão pulsantes naquele ser. Já não cabia desespero. 'remói a solidão, remói. Quando não te bastar mais, cospe e bebe do meu ser'
A tranquilidade de querer o bem estar do outro antes de querer ter para si.
Mas nos minutos distante ela sabia a imagem que sua mente buscaria. Encontraria.
Porque normal mesmo, sentia ela, é o que ela quisesse que fosse. E no caos alheio, ser a paz de quem quer dar amor e precisa receber.

naquela noite de sábado

Enquanto os minutos corriam desesperados eu pude sentir o quanto você ainda me doía. Todo aquele seu desespero com causa me rasgando a garganta e escorrendo pelo rosto naquela noite insone e silenciosa. Tantas desculpas e muito para ser desculpado. Tanta vontade avessa. A hora sempre está errada pra você. Você sempre chega quando não deve, se instala onde eu não posso despeja-la e me escraviza os pensamentos por dias, anos.
Essa insana normalidade do sentimento confuso..

terça-feira, 1 de julho de 2014

Love in the afternoon

A manhã foi corrida, quase não pude pensar, mente e corpo programados, condicionados, o piloto automático ligado dominando sem ser percebido. O almoço chegou cheio, falante. As vozes ofuscaram meus pensamentos, desviaram-se todos. Ecoando um zumbido perturbador nos meu tímpanos tão livres. Congestionamento. Então com calma a tarde veio lenta, trazendo um todo não sentido. Enquanto lavava aquela pilha de pratos cheios do indesejado eu senti como um sopro na espinha. Uma picada quase imperceptível do mosquito que aos poucos te suga. Me suga. Mais adiante vem o incômodo. Coceira e em casos mais extremos, alergia permanente. Eu fui sentindo a saudade sua. Me veio trazendo a tona um sentir. Pequenez. Os olhos vidrados na sujeira por toda parte. Ouvidos identificavam 'admirável gado novo' rodando no play, entrando e saindo dos cômodos vazios. Meu pensamento se encontrou. Te encontrou. Chorei. Não por fora. Escorria algo quente e amargo dentro de mim. Como gozo desprezado. Vez ou outra é só o que consigo sentir, a dor, o amargo. O quente da saudade e da tristeza que sua falta causa. Nada me chegou. Nada me comoveu, só a frieza das suas mãos jás lânguidas acusando a falta de vida. Sua vida. A falta. Falta.
Exercendo a coragem covarde de simplesmente afasta-se de tudo e todos.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

os gatos estão no porão

Então toda aquela paz fingida se esgota no momento que há a percepção do nada. Do tudo. Do tudo que não é feito, que não lhe é elevado. Toda essa porcaria rançosa que amarra a boca que sente necessidade de vomitar. Vomitar a raiva, o asco, o perecível. Todo esse cuidado inexistente que falha nas madrugadas em que o portão fica aberto. Essa falta de compromisso e comprometimento, como se ambos tivessem morrido junto com aquela matéria nata de 'homem da casa'. Nada mais restou. E o que somos nós diante da morte.. Sentiria eu fome ou necessidade de ajuda? Pra quem pedir. Os almoços não vem, os cuidados não vem, os favores são delegados e não feitos, as conversas não são claras. E a idiota vem. Fica. Faz. E tenta, sempre tenta. O 'homem da casa não vem' Ta tudo morto. Putrefado.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Em doses homeopáticas

O relógio acusa 17:27 da tarde. Já é quase noite. Um passado próximo se faz tão presente nas mentes alheias a mim ao meu redor. Enquanto espero os minutos que caminham lentamente posso pensar naquilo que nem compras e música me tiraram o foco. A mente tem uma mania vulgar de me trair as vezes. Evitando o que pode ser. Querendo o que talvez não é possível. Não posso falar muito daquilo que vagarosamente tento conhecer e entender. Os sinais me veem confusos, os olhares se desviam. Sinceramente, eu não sei como ir. Confusão. Sinto uma necessidade prematura de estar perto de alguma forma, tal qual a criança sente quando acontece o seu desmame. E aumenta a vontade de te falar tantas coisas que ainda nem sei quais são. Quiçá não chegaram a existir concretas dentro de mim. Não se compara com elogios, não me causa dor como o amor perdido, não me faz mal. Apenas se constrói de alguma forma dentro da mente que quer evitar, sabendo que querer evitar é o primeiro passo para não se evitar nada. Enquanto se constrói uma amizade o depois fica escondido em meio aos 'não's' que são inconscientemente impostos para não causar complicações. Ilusão. Você é mansa na sua agitação e me traz algo que ainda não consigo nomear. Me deixa feliz e acuada o que poucos detém o poder de fazer. Me tira do caos dos demais que estão além. Me tira o caos. Então eu vou sentindo como algo leve, puro, porém, nada imaculado. A sua sombra me vem vez ou outra soprando a fumaça fétida do seu cigarro destrutivo, imprimindo em mim sua marca, sua presença mesmo sem estar presente. Me vem uma confusão longínqua que não quer cessar. Me vem nomes, presenças em excesso e a falta que deveria ser efêmera. E me vem você. Me vem os dias e as noites. Me vem o seu respeito bonito de observar e difícil de lidar. Então me vem a noite, com ela vem sua proximidade distante. Sua respiração próxima e minha mente relutante. Aquelas verdades não ditas. Deveriam? Serão? Minha mente me grita a falta de precisão de dizer tais palavras nesse momento. Ela sabe que é difícil lidar com mais de uma pessoa parafraseando os sentidos, o sentir. Então se cala. Me cala. Eu calo. Não que você me doa vez ou outra, não que saber do seu desejo não próximo a mim me cause mal. Nada me causa desconforto agora. Eu só consigo processar uma coisa de cada vez. Eu não me deixo ser. O dia vai correndo na minha mente tão pouco caótica. E você vai ficando tão quista que nem sabe. Não há muitas certezas aqui. Seu nariz é lindo e olhar pra sua testa foi só uma maneira de fugir. Cair em meio ao vão.