sábado, 18 de dezembro de 2010

Sufoca essa dor. Arranca, mata, tira de mim!
Me faz movediça, rasteira, refem, mas me tira de mim!
Eu quero agora, eu preciso logo, eu não aguento mais. A solidão devora, esse vazio ja consumiu e eu preciso respirar.
Me come, me cospe, mas me tira do foco de mim.

Sinto que minha capacidade de escrita está tão comprometida ultimamente. Não sei mais traduzir o que sinto, não sei expor, não sei nem sequer compreender.
Me traga um cigarro, por favor. Mais um trago, maconha, base, nocotina. Qualquer coisa que sufoque a multidão dentro de mim, que abafe os gritos mudos. Um filme sujo, romantico, alegre, pornô. O que for, o que quer que seja que dê para me tirar da lama de mim mesmo. Que me tire do foco da dor, dela, de mim, de um nós não existente mais. Um trago a mais, uns goles a mais, café, água, vinho, alcool 70, qualquer coisa que me tire os pensamentos, que afogue a dor.

18/12/10 Hoje eu menti pra você.

De todas.. talvez essa tenha a sido a pior, a mais dolorosa, a mais massacrante e cruel.
Já usei todos os termos 'encerrando ciclos' 'fim do nada' e por ai vai, mas nunca havia sentido como tal e talvez seja isso que doa, hoje. Dói saber que não existirá um amanhã e dói perceber que erroneamente deixei chegar a esse ponto. Esse em que se perde quase tudo, respeito principalmente. Fica só aquele vazio, quem sabe uma saudade no fundo, no superficial, em todo o ser. Todas as constatações. Todas as vezes que quis enxergar amor e não enxerguei nada além de um egoísmo cruel, as vezes nem isso. Foram um ano e oite meses de história. Parece tão pouco ao mesmo tempo que se torna tão grande, extenso. Ainda lembro do primeiro dia em que nos falamos, assim como o primeiro encontro, o primeiro beijo e todas essas bobeiras romanticas, barrocas quiçá até piegas.
É engano pensar que tudo foram flores, mas é um engano maior ainda concluir que foram só espinhos. O tanto que amei, o tanto que quis e esperei. Todo aquele resto também.. aqueles sentimentos diversos que acompanham o amor, a primeira, segunda, terceira desilusão. O tanto que fiz sofrer e sofri. E eu te me pergunto, me pergunto. Até onde devemos levar uma história quando ela está fadada ao fracasso? Existe sim o 'recomeço', mudar aquilo que está quase que pré-destinado ao pranto?
Ainda não sei a resposta, quiçá nunca saberei. As vezes sinto tanta falta do que um dia fui com ela, do que um dia chegamos a ser. Noutras duvido e sinto indiferença diante de tanta dor que passei. Um texto de amor ou desamor? Não posso dizer que não amo, mas também não posso dizer que sou amada. Isso faz algum sentido?
Esquivar-se do futuro, barrar possibilidades, impedir a caminhada... por feridas ainda tão abertas, por lembranças ruins tão permanentes, por não conseguir se esquivar da sujeira nossa. Quem sabe.
O choro insiste em cair, meu consciente ainda se importa com tudo. Eu não quero, mas não consigo fugir.
Tou sentindo saudade nesse momento e sabendo que ela vai parmanecer até ser esquecida. Sinto vontades que nunca se realizaram, nem irão. Não sei o que faz, para onde fugir, mas eu sei que fiz, farei e irei, mas essa vontade de continuar sentada no meio do meu choro que não sessa nunca. Perdi a fé e, não tem nada pior. Não crer, querendo crer, não conseguir.
Amar tem doido tanto e isso não é o certo, então, se algo estava errada, por mais que doa agora, essa foi a decisão certa. Eu quero acreditar que sim.
Deitar junto, acordar junto, crescer junto. Coisas que não conseguimos, ao menos por um tempo considerável. Mas foi tudo tão real, ruim, bom.
Sinto que uma parte de mim foi embora e dessa vez eu arraquei e a dor que se instalou é tamanha que não consigo ignora-la. Mesmo sabendo que eu lutei até não poder mais para que viesse a acontecer, eu nunca saberei dizer se lutei o suficiente, se deveria ter dado um ultimo golpe(...)