segunda-feira, 6 de abril de 2015

Pouco as vezes parece uma eternidade.

simplesmente foram tão usados, que não é mais possível colorir com eles. Nada tem cor. Fiquei três dias pensando no que eu poderia fazer para melhorar alguma coisa, para enxergar o fungo e tirá-lo do pão,mas não consegui chegar a lugar algum. O fungo ainda permanece. Você deve se perguntar o que são esse bando de palavras jogadas em "folha de papel", o porque dos mesmos clichês, eu não sei explicar o porque,ou talvez eu saiba, mas ultimamente eu não tenho conseguido falar muito,escrever muito, andar muito, querer muito. Só sinto, sinto muito. Tentei costurar barrigas por ai,tetei decorar com flores, mas essas se secaram tão rapidamente. Me pergunto o porque dessa casa estar tão suja e com aspecto de abandono. Então eu acendo o cigarro,aquele que eu não fumo, dou uma tragada e penso por mais ou menos trinta séculos. Meus últimos dias passam como um filme diante dos meus olhos. tão pouco tenho conseguido compreender, ajudar, fazer. Tão pouco consigo acreditar e querer. Meus pulsos estão amarrados, minha boca amordaçada, eu não consigo gritar, não consigo e nem posso me soltar, meu interior grita tão alto que eu começo a ensurdecer. Toda essa meticulosidade que acaba fazendo mal. Estou em pedaços, estão conseguindo tirar minha barrigada, minhas tripas, sinto que estão tão próximo do coração. tão fragmentado, cheio de veias entupidas, faltando pedaços, mas ainda assim batendo. Estão chegando no meu coração, então logo darão o golpe final, eu finalmente descansarei, sem dor, sem sofrimento, sem enxergar tudo aquilo que me faz chorar. Enxergando só a coloração do céu me contemplando com cor plena.

Já é noite e eu ainda não sei muito bem a que venho e porque estou.
Sentada de frente para o jardim mal iluminado, posso perceber coisas acontecendo ao meu redor, lá fora os carros correm loucos em busca do aconchego, o conforto, o fim do dia, confrontando a morte. A pressa está presente em quase todas as situações, minha cabeça gira 360º tão fácil que nem sei dizer. Sinto coisas que não sei nomear nem tão pouco expor, compreender. Decisões importantes a serem tomadas o tempo todo, me pressionando, fazendo de mim hospedeira de uma impaciência única. Meus olhos contemplam a vida que corre louca, mas meu corpo não consegue acompanhar o piquê. Cadê.