quarta-feira, 8 de julho de 2009

Era verdade. Ou quase (...)

Passaram-se dois anos, desde a ultiam vez que ela esteve sentada naquele banco sem encosto, numa tarde cinzenta. Naquela época tudo parecia tão mais fácil, simples, quiçá, seja pelo fato de que estava mais crédula, com relação a tudo, pelo fato de acreditar que tinha algo, alguém, alguma coisa. Ora, ora... quem é que em algum momento de sua vida, não parou e se percebeu num presente bom, e em dado momento, respirou aliviado. -Eu ja. Eu ja vivi dias onde tudo ao meu redor, parecia mais simples, bonito, colorido. Durou tão pouco, algumas horas, até onde sou capaz de me lembrar. Ela estava lá, sentada naquele banco, naquele dia cinzento, respirando com facilidade, mas seus olhos não sorriam, sua boca não falava. -E o que se deve fazer, quando tudo parece tão complicado, quando os olhos não expressam nada, além de um vazio interno? Ta tudo tão confuso...
Hoje eu ouvi "não adianta estar num show no meio de 100 amigos, se seu interior não está bom, se tu está só dentro de ti, vai se sentir só mesmo no meio dessas 100 pessoas" Me deparo refletindo sobre... tenho me sentido tão só, não adianta, não há aquilo que supra o vazio que eu sei que possuo, desde que tinha 13 anos de idade. Eu particularmente, gosto de dias cinzas, mas mais particularmente ainda, não gosto de viver sem cor alguma.

"Era frio...


Não sei dizer se fazia mais frio do lado de fora da minha blusa ou dentro do meu coração. Provavelmente competiam."[c.f.a]

Vivo em eterna conflitancia dentro de mim, uma parte quer muito, a outra acha que nada dará certo. Olho pra você e te vejo tão distante, seus interesses, suas preocupações, como se eu vivesse em marte e tu em plutão. Não vejo mais o colorido que eu via antes, não sei, mas algo esfriou, é um inverno constante dentro de mim e eu tento desesperadamente aquece-lo, mas é como se não tivesse como, alguma coisa aconteceu, não sei o que exatamente, só que desde então, faz frio, o o inverno dentro de mim, dura cada vez mais.
Gosto do jeito que me trata, mas não suporto o extremo de 'luxo ou lixo', as vezes penso que fiz a escolha errada, que estou me enforcando cada vez mais, e acredite, morrer enforcada nunca foi minha maior vontade. Vacilo vez ou outra, não sei como falar aquela chateação que é só minha, quando você pensa que está tudo uma maravilha. Fico me perguntando, o que exatamente me incomodou tanto hoje. Vejo uma futilidade que eu não gostaria para mim, mas o que eu posso dizer, se cada um tem um jeito próprio e a gente aceita e fica perto se quiser, caso contrario, distancia é uma opção muito válida. Tenho me sentido tão mal, como se eu quisesse demais, algo que não posso ter, uma "perfeição" que eu não possuo.
- Acho que eu estou em outro plano, entende? Como se eu não te entendesse, como se tu falasse russo e eu entendesse japonês. Só queria que isso acabasse logo, eu não quero me sentir assim, eu não quero te enxergar dessa forma.
Ta tudo tão difícil, o ceticismo ja esteve presente outras vezes, mas desde a ultima aparição, ele não quer mais ir embora, eu tento disfarça-lo, e as roupas cobertas de lantejolas, ajudam a deixa-lo mais bonito ao ponto d'eu até mesmo esquecer o que está por detrás do brilho. Óh minha querida, desculpa estar sendo tão cruel, mas acontece que eu não me vejo num mundo cor de rosa, nem nunca estive em um, e não quero, bem diferente de você. Será mesmo que estamos no caminho certo? ...
- Me desculpa se não é como você gostaria, mas eu estou dando o melhor de mim, para te ter do meu lado.

Silêncio[...]