terça-feira, 1 de julho de 2014

Love in the afternoon

A manhã foi corrida, quase não pude pensar, mente e corpo programados, condicionados, o piloto automático ligado dominando sem ser percebido. O almoço chegou cheio, falante. As vozes ofuscaram meus pensamentos, desviaram-se todos. Ecoando um zumbido perturbador nos meu tímpanos tão livres. Congestionamento. Então com calma a tarde veio lenta, trazendo um todo não sentido. Enquanto lavava aquela pilha de pratos cheios do indesejado eu senti como um sopro na espinha. Uma picada quase imperceptível do mosquito que aos poucos te suga. Me suga. Mais adiante vem o incômodo. Coceira e em casos mais extremos, alergia permanente. Eu fui sentindo a saudade sua. Me veio trazendo a tona um sentir. Pequenez. Os olhos vidrados na sujeira por toda parte. Ouvidos identificavam 'admirável gado novo' rodando no play, entrando e saindo dos cômodos vazios. Meu pensamento se encontrou. Te encontrou. Chorei. Não por fora. Escorria algo quente e amargo dentro de mim. Como gozo desprezado. Vez ou outra é só o que consigo sentir, a dor, o amargo. O quente da saudade e da tristeza que sua falta causa. Nada me chegou. Nada me comoveu, só a frieza das suas mãos jás lânguidas acusando a falta de vida. Sua vida. A falta. Falta.
Exercendo a coragem covarde de simplesmente afasta-se de tudo e todos.