domingo, 1 de março de 2009

Cliché [2]


É tão difícil ver alguém que prezamos, num estado de tristeza tão grande. É tão ruim saber que você não pode fazer nada, quando o que você mais gostaria de fazer é poder tirar toda dor e todo sofrimento do outro. Mesmo que toda essa dor e esse sofrimento seja transferido para você. Você não se importa com isso, você só quer ver aquela pessoa bem. As vezes nada pode ajudar, só a pessoa a si mesmo, as suas decisões de se ajudar, de ficar bem, sim eu sei que é assim, sou a prova viva disso, embora não tenha decidido de fato me ajudar.
...

Se você ama e se você quer bem, não seja motivo de tristeza, não faça com que o outro chore. Causar, choro, magoa, chateação, prisão, cobranças... nada disso, faz parte do amor, seja ele qual for. Amor não aceita tudo, amor entra em concordancia, amor não é submisso, amor é parelalo, quem ama não precisa se renunciar, quem ama precisa respeitar e se felicitar com a felicidade do outro, mesmo que para ele felicidade seja um dia no mato e pra você um dia no shopping. Amor vai ao shopping e ao mato sem maiores reclamações, sem chatiações.
Amor é paciência e efusão, amor é diferença é igualdade, amor é ardido e suave, é risos e légrimas. Amor bomdade, é reciprocidade. Então se você ama você quer bem e se você quer bem você faz bem e não o mal.
E é como dizia um certo sábio... 'não é só porque a pessoa não demonstra da mesma forma que você, não ama da mesma forma que você, que ela não ama com tudo que pode, que consegue, que é capaz.'

Sinto tudo, nada sinto.


As vezes sinto como não tivesse o porque de estar aqui, de estar viva, e até sinto vontade de acabar com essa existencia paticamente inutil e inoperante. Sinto que não deveria estar por aqui, que não deveria agir da forma como ajo, que não deveria falar as coisas que digo, e que talvez essa não seja a minha vez, a minha época. Sinto como se tivesse sido enviada para essa dimensão unica e exclusivamente para observar e aprender com o que eu vejo. Sinto vontade de fugir, sinto vontade de voltar, voltar ao ventre de minha mãe, a bolsa de espermas do meu pai. Não sei mais as vezes a gente sente tanta coisa, as vezes sente nada. Sinto o pouco que conquistei escorrendo pelos meus dedos como aguá, e eu não consigo pegar de volta, não tenho nenhum recipiente com funto para qu eu possa colocar o que escorre por entre meus dedos. Sinto essa solidão invadindo minha mente, meu corpo, meu quarto, minha casa. Sinto a indiferença com tudo, com nada. E as vezes só as vezes, eu sinto vontade de estar aqui, uma espécie de auto punição, não querendo sair daqui não querendo se "libertar" nem tão pouco viver, porque existir é o que me foi concedido e eu tenho de estar nessas condições. Vezenquando eu quero fugir, outras mais eu quero morrer, e esporadicamente eu sinto uma vontade avassaladora de simplesmente.. viver. Eu explodo.
Sinto tudo, nada sinto.

Destinos.

Subiu aquelas escadas, e cada vez mais e mais escadas, ela não podia olhar pra baixo pois sentia vertingens, aqueles degraus que não lhe transmitiam nenhuma segurança. Chegando ao fim do trizégimo degrau ela se deu de frente com uma porta, uma pequenina porta de ferro, pintada de cinza claro, aquelas com alguns pinos de parafuso ao redor, como se fosse enfeites, adornos a posta simples, lisa e sem expressão. Abriu a porta, entrou... se deu conta de que estava em uma sala vazia, espera ai, nem tão vazia assim, nessa grande sala havia uma estante praticamente imperseptível e sem importância se não fosse pelo caderno, um pequeno caderno desses estilo escolar, com 96 folhas em branco e linhas azuis bem retinhas. Havia alí também, um lápis. Na hora ela pensou que deveria pegar aquele caderno e aquele lapis, pois assim ela poderia registrar tudo que veria dalí em diante. Logo viu uma abertura na parede, do tamanho de uma porta, só que sem a porta, passou por ela, descobriu mais escadas, desceu mais ou menos três degraus, quando se surpreendeu ao ver, ao se perceber dentro de uma gigantesca igraja, toda bem decorada, com santos e muitos santos, um altar bem aplumado, com toalha branca bordadas com fio dourado. Lá em cima do altar ela pode ver um padre, mas aquele padre não era comum, tinha uma cara intrigante, um ar de hipócrita, um olhar malicioso. Ou seria ela a de olhar maliciosa para enxergar isso no padre?
Logo mais abaixo do altar, umas muitas cadeira, uns poucos fiéis que nem perceberam a sua chegada. Ela subiu mais dois degraus, porque naquele lugar, parecido com uma sala escolar, mais sem crianças, com uma abertura enorme na parede que dava de fronte para o altar, ela avistou uma garotinha, uma garotinha que não havia percebido sua entrada, pois estava de cabeça baixa concentrada em seu caderno, escritos seus, talvez não fosse um caderno e sim uma bíblia, ela não conseguia destinguir daquela distância. Subiu os degraus e sentou-se na ultima carteira, perto da parede coberta de prateleiras bem torneadas assim como bem vazias, logo atrás da menina de cabelo escuro, pele branca, com uns 8 anos, era o que ela calculava ao ver a menina. Ela alí sentada sem saber muito o porque estava, só sabia que ao ver aquela grande igreja central se sentiu tão imensamente atraída por ela, que não pode se conter e não ir até lá. Não ouvia o que o padre dizia, o seu sermão tão pouco. Só conseguia prestar atenção em toda aquela imensidão, quase vazia, com aquelas poucas pessoas congeladas, inertes, pareciam não pensar, não sentir, não enxergar... ela acreditava e se perguntava ao mesmo tempo. Onde estão os sentidos dessas pessoas, por que elas estão aqui? De repente, ela reparou que a menina de cabelos escuro e estatura pequena, estava virada para trás olhando para sua face intrigada, intrigante.
- O que você faz aqui? perguntou a garotinha, que agora depois de soltar cinco palavras parecia tão mais real e meiga.
- bom, eu não sei o que faço, eu só estou. Não deveria?
- Não é lugar para adultos. Eu percebi que você nunca entrára num lugar como este. Seus olhos mostram.
- realmente, meus olhos me condenam.
- Acho que você deveria escrever tudo o que ve e pensa, nessas linhas ai. (disse a menina olhando fixamente para o caderno em cima da mesinha)
- é, eu tambpém acho.
- Foi pra isso que eu o deixei naquela estante, para que pegasse e fizesse uso, sei que você fará um bom trabalho.
- como sabia que eu estaria aqui, que encontraria o caderno e entraria até aqui?
- Eu não sabia.
A garotinha se virou para frente e imediatamente ela(a mulher do caderno começou a escrever, a pensar no que escrever) havia terminado a missa e ela saiu do grande salão sozinha, não enxergava mais ninguém. - Pra onde foi todo mundo? ela se perguntava.
desceu os degraus, ao passar pela porta que dava para dentro do templo, do grande salão, ela deu de cara com o padre que estava com uma sacola branca na mão direita. Ele a olhou fixamente, ela sentiu seus ossos doerem, um vento frio tomou conta deseu corpo ao ponto de faze-la se arrepiar por inteiro.
- Parecia perdida durante o sermão, filha. (disse o padre)
- Talvez estivesse um pouco. Não sei bem porque fui parar lá.
- Em tudo há um propósito.
Ela ficou quieta, enquento ele soutava as ultimas palavras e colocava a sacola num canto, ela pensava consigo mesma, com um medo aparente de que ele pudesse estar escutando. Será que esse homem é ex presidiário, um fugitivo se escondendo? Bobeira dela, ela estava surpreendida consigo mesma, com sua capacidade de perguntas tolas e sem sentido algum.
Saiu dali e antes que pudesse atravessar de vez a sala ela avistou no meio dela uma criança sentada, um menino loiro, mais precisamente, por volta de seus 9 anos, escrevendo em um caderno e ele disse olhando pra ela de baixo para cima.
- Você tem medo de descer a escadaria?
- Sim, eu tenho medo.
- Eu vou contigo para que não se sinta assustada.
- Você faria isso mesmo?
- Sim. E você deveria escrever nesse caderno aí, folhas em branco existem para serem preenchidas.
- Então vamos. (disse ela interrompendo um breve sorriso)
Ao chegar no fim daqueles muitos degraus, ela percebera que não havia menino algum, que estava só. Então ela saiu andando reparando ao seu redor. Um garoto negro e magricela, também de estatura pequena, olhos grandes e mal trapilho, se aproximou dela e disse: - Você tem que me ajudar, eu preciso que pegue o meu irmão, meu pai está levando ele de mim e eu não posso deixar. (apontando para um homem alto, que levava um bebê pelas mãos, como uma sacola, como aquele padre segurara aquela sacola.) Ela num impeto, sem pensar uma ou duas vezes, saiu correndo, e puxou o bebê das mãos daquele senhor. Viu sangue escorrer enquanto segurava o recem nascido em suas mãos. O bebê estava sangrando, havia um corte em sua testa. O senhor alto, logo se virou para trás e indagou o que estava acontecendo. Ele era feio, barbudo e também mal vestido. Ela disse que o bebê era dela, que a mãe o havia dado para ela, assim como o garotinho menor que ele, o pai estava deixando para trás. O homem riu de maneira assustadora, e disse que ela poderia ficar com as crianças. Bastou um piscar de olhos dela e o homem havia desaparecido. Voltou até onde estava o menino magriça, e perguntou se ele não tinha mãe, onde estava a mãe dele.
- Não sei onde está minha mãe, e eu devo cuidar do meu irmão.
Então ela pegou o garoto negro pela mão e disse para si mesma que a partir dalí, ela seria a mãe dos garotos. Abaixou-se e disse:
- Vocês vão para casa comigo, e eu serei a mãe de vocês.
o menino a olhava com aqueles olhos enormes, brilhantes e alegres.
O menino a abraçou e então eles caminharam em direção a roda gigante, onde estava a porta de saída daquele lugar.
E ela pensou, se eu não sabia o que vim fazer aqui, agora eu ja sei, e é sobre isso que eu vou escrever, é o presente, o novo presente dessas crianças que eu irei escrever, para que elas tenham um futuro.

(não sei se continua...)

I'm feeling rough I'm feeling raw I'm in the prime of my life


Então você para e respira fundo, com os olhos fechados, aquela trilha sonora que te faz ir além. É quando pensa em tudo, e ao mesmo tempo tenta simplesmente não pensar em nada. Os sentimentos de vazio e solidão tomam conta de todo o seu ser, você percebe que leva a vida, disfarça e até sorri. Mas quando para pra pensar, quando se pega sozinho dentro de um comodo qualquer, percebe que é vazio, que é só, e mesmo tendo muitos ao redor, você se sente tão nada, oco. Tem a comprovação empírica de que nada nem ninguém o preenche. Então você desliga o som, respira fundo novamente, recolhe os cacos espalhados pelo chão, coloca a máscara sorridente e vai ter com outros.