segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Eu só gostaria de pedir perdão e, dizer que, a culpa não é sua.

sorry for the mess

E foi assim que começou, mais uma vez. Enquanto sentado na cadeira apoiando seu braços na mesa, de fronte para mim. Tragava mais uma vez, e soltava pela boca, a fumaça que dominava o recinto, enquanto proferia as palavras que me encontravam de frente, ecoando em meus ouvidos, latejando dentro da minha cabeça. Como numa conversa normal, de um pai preocupado com a saúde da filha, começou a falar sobre alimentação e, logo na terceira frase, eu ouvi o primeiro "idiota" não diretamente, mas, aquela coisa de "isso é coisa de gente idiota". Percebi no ato, que a "conversa" seria longa. Não parava de falar, ia me atorpelando, me massacrando sem um pingo de dó, com ar de superioridade, enquanto olhava atravéz do vidro da mesa. A vontade de ir embora dalí era tão latente e grande que, eu mal conseguia me mexer. Evitando olha-lo e as pontadas de suas palavras dentro da minha cabeça, comecei a enrolar o elastico nos meus dedos, com uma força já conhecida, a medida que meus dedos iam ficando roxos, gelados e doídos, eu podia sentir, ainda, com um pesar, que as palavras não haviam sessado e que era só o começo. Eu que logo de início, encarei com um certo "q" de esperanças, entendendo que o que ele estava falando, era para o meu bem, fui logo percebendo o tom de crítica em sua voz. Os dedos roxos, mas, não conseguia me concentrar naquela cor que me trazia dor. Minha vondade de correr ia aumentando a medida que o tom de voz dele ia se elevando. E num gesto covarde e silencioso, permaneci, tentando pensar sobre o que ele estava falando, sobre o que eu gostaria de falar, mas, nada, em nenhum momento me pareceu o suficiente para faze-lo parar ou refletir. Mesmo com a minha ostensiva negação, eu não pude ignorar os fatos: não era preocupação comigo, era crítica, era preocupação com ele e com a sua imagem. Comecei a gritar por dentro, enquando da minha boca saiam grunhidos que indicavam minha falta de lexo e argumentos tão presentes e tão escassos, ao mesmo tempo.
Entre críticas, palavras depressiativas e golpes invisíveis, eu soltei a resposta impensada: - Quem usa drogas faz mal para si e para os que estão ao seu redor, mas esse não é condenável para você, e se a grande maioria fala que é errado, eles estão errados. já um homossexual é abominação e fraco da cabeça, só porque gosta de uma pessoa do mesmo sexo e se a grande maioria critícia, a grande maioria é certa, porque é aberração, vai contra o curso natural da vida.
Foi então que ele explodiu, levantou da mesa e num tom mais alto, me falou sobre o meu "não sofrer" depressiação e ser vítima de piadinhas, por ter um menbro da família usuário de droga, mas que, ele, por ter um filho como eu, é apontado e motivo de chacota pela grande maioria normal, da siciedade. Falou sobre a minha capacidade de apontar e dizer que ele não era digno de falar nada, só porque é dependente.
- não, eu não disse que você não é digno. Eu só indaguei o porque de um ser abomiação para grande maioria e estes estão certos por pensarem assim e o outro ser algo normal, mas, condenado pela grande massa e esses estão errados, por pensarem assim.
- Isso que você falou não tem nada ver, eu não faço mal a ninguém, não interfiro na vida de ninguém e, se faço, é para a minha família, e mesmo assim não faço, vocês não estão raquiticos e sequelados. Você faz mal para sua familia e quer esfregar na cara de todos, obrigar que aceitem.
- Tem que procurar viver uma vida normal, condizente com a sociedade, se não, vai viver uma vida de sequelado, se intupir de remédios e morrer cedo. Vai ser que nem cássia eller, que morreu com trinta e poucos anos.
- Cássia Eller não morreu porque era lesbica, morreu porque era dependente química.
Ele desceu as escadas. Assim que falei o arrependimento me invadiu. O medo de chatea-lo, magoa-lo, a vontade de pedir desculpas por ter citado as drogas, a dor por ter usado exemplos, por ter causado uma chateação. Não, eu nada fiz, nada mais falei. Então me recolhi na minha covardia tão assistida e vivida e entrei para o quarto. Foi quando ouvi a porta do quarto ao lado, bater. Minha cabeça girou e eu me vi no meio de uma guerra, meus pensamentos em combate, minha vontade de fguir dalí, gritando dentro de mim e eu nada fiz. Tomei uma posição covarde, mais uma vez, aquela mesma, que tanto criticava na minha mãe. Sentei-me na ponta daquela cama e, de imediato a dor de todos os golpes recebidos, mais ainda dos que dei, me invadiu de uma forma única. Derramei lácrimas sem conseguir parar e, ao sessá-las, pensei: Foi só mais uma vez.
Se rasgar-me feito um porco no abate te faz feliz, então, que eu veja no seu rosto, o sorriso do gozo.