quinta-feira, 26 de março de 2009

Nostalgia, só isso!

Por um momento eu quis voltar a viver tudo que vivera a um tempo atrás.
Quis tanto dizer que te amo, mas tanto que chegou a doer... mas eu não o fiz, não devo
e não farei, pelo menos não como os romanticos costumam.
É tão perturbador pensar que algo ainda está presente aqui. Já comecei e terminei com alguns,
ja quis amar tanto, ja dei o primeiro passo para um novo começar tantas vezes e ainda assim você está aqui, ainda hoje eu tenho vontade de retomar, reviver o passado.
Minto! não é vontade de reviver o passado, é a vontade, implicita vontade de construir o novo,
ser algo partindo do zero. A diferença cruscial é que se trata de algo novo, com uma pessoa ja "velha" com o peso de uma certa história... Temos uma bagagem e não é fácil, simples, simplesmente abandona-la em qualquer rodovíaria, esquina.
O amor é tão grandiozamente desagradável por vezes que só sabe deixar dor e lagrimas nos pobre/ricos seres que amam. blá, que festival grandioso de asneiras num escrito só.

- Burra! burra! tens tudo pra caminhar sem olhar para trás e continua olhando.
- como pode deixar as emoções tomarem conta dessa forma, mesmo sabendo que não vai dar em nada, além de posts melancólicos e pseudo apaixonados em porcarias de blogs e flogs, aquelas merdas que vc usa para expor o minimo do que vc sente?
- Eu não sei, eu só o fiz. sim tens toda razão.

Easy to please ainda faz pensar. Estalos.

Fragmentos de perda.


É tão ruim, amargo e doloroso o sentimento de perda, perder. Eu tenho sentido e perdido desde que eu nasci, e a partir do momento que passei a me dar conta disso, não há picadeiro que me encante, nem pahaço que me alegre. Você nasce e perde o conforto do ultero de sua mãe, lhe roubado o escuro que tanto te agrada, tanto que quando aquela luz invado o ser, nem os olhos consegui abrir. Demorei, demoramos dias... Logo mais tarde me foi roubada a visão lúdica e utópica do mundo, onde todos "eram" bons, amigos e o bem comum estava acima de tudo. Me foi roubado o silencio, quando os gritos invadiram os cômodos de minha casa, logo em seguida os meus ouvidos e eles, os gritos, permaneceram dias e dias na minha mente, sem me deixar dormir. Perdi o silêncio. Logo em seguida me tiraram a liberdade, aquela que eu pensei que tinha, porque na verdade eu não tinha nada, e andar na escadaria do prédio, brincando já não era mais permitido, assim como falar "certas coisas" ou coisas "erradas", assim como expor, querer, insistir, ou rabiscar as paredes, bem naquela fase que a criança descobre as cores e passa a se sentir um verdadeiro artista, pintando tudo o que ve pela frente. Perdi minha liberdade. Mais tarde foi a minha inoscência, aaaah, essa foi a pior, quando algo te fere não só psicologicamente mas também fisicamente, você passa a ver tudo em tom cinza, e a graça de tudo se reduziu a metade. De todas as lágrimas derramadas, as dores sentidas, nada nem de longe chegou a ser tão doido e brutal, nada me fez sentir tanto. Sentir nojo, raiva, asco de mim mesma, culpa, vontade de morrer, de matar.Eu perdi o brilho dos olhos. Grando os grandes acham que podem te tirar além de liberdade, silêncio, alegria e palavras, você se sente oprimido, triste, um pó, grão de areia. Eu perdi a minha inocência e credo nas pessoas. Mais tarde eu perdi oportunidades, perdi olhares, perdi verdades... Fiquei só com o sentimento amargo, com os pensamentos em constante fervilhar e as palavras guardadas numa caixa que só eu tinha o poder de abrí-la.
Eu perdi a minha essência,não, eu não perdi minha essência e depois recuperei, eu simplesmente descobri que eu possuia uma. Todos possuem. Perdi o certo contentamento, aquilo que eu não sei o que é, mas que deixava eu pensar que era "completa" talvez essa tal coisa seja a cegueira intima. Quando fechamos os olhos para olhar pra dentro de nós mesmo, pra não vir a enxergar, descobrir o que é desagradável. Eu perdi, eu perdi, eu perdi... o colorido, a alegria de estar vivo, amor, fala, silêncio, paz... Perdi minha paz quando eu percebi o quão horrível algumas pessoas, acontecimentos e afins, podem ser.
E hoje, depois de uma grande história de perdas e mais perdas, com recuperação quase nula. Eu percebo que perdi não só um, mas vários alguéns, e esses ainda me doem. Doe muito nos dias de inverno.

Não deixar nunca que tirem algo de nós, ou por nós mesmos. Não fazer com que queiram se perder, porque é fato que todos eram, magoam e ninguém é perfeito, mas pode se evitar muitas coisas.

"- Percebi que você não tem saído muito.
- Eu realmente não tenho saído nada.
- E por que?
- Porque eu perdi a vontade de viver, fico só com o existir.
- Isso te mostra o que?
- Mostra que eu discorro.
- É?
- É."

Scientist, pela décima primeira vez, desde ontem e, eu nem ao menos sei o porque.


Pode demorar três horas e vinte e dois minutos, mas hora ou outra o sentimento vem, ou a falta dele. Pode demorar pra "cair a ficha" mas ninguém escapa de senti-la cair na hora que resolve. Eu não escapo, não escapei. Deve ser porque eu não gosto de chatear ninguém, deve ser por isso que eu sempre o faço. Eu ja disse tanto que não, não valho a pena, não mereço, não sou, não posso, não quero, não acredite. Mas quem é que me ouve? No final só fica um descontentamento mais que abrangente e enorme, que suga não só a mim, mas outros pro seu núcleo, fazendo com que nada faça sentido ou tenha um porque de ser.No final eu fico sentada naquele mesmo banco de praça, jaz sozinha.

e é tão urgente o que digo...


"Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas." [C.F.A]

só.

Vontade de fechar os olhos.
estalos.