segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sentada no lado de dentro da minha bolha, eu pude ver todos os males la fora. Vítimas e agressores. O destino, acaso, coincidência? me pergunto.
E as lácrimas vão escorrendo pelo meu rosto cansado, esse que você tanto ama e diz ter uma beleza tão angelical, por conta dessa minha pele branca e bem cuidada, esquecendo-se de que a portadora é velha e cansada. E ser um espectador das dores alheias me dói mais que a minha própria dor já existente.

'Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.' cfa.
...Vem como um furacão, me toma, me invade. Agora. Faz de mim uma hospedeira do seu ser.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

To sentindo tanto a sua falta, hoje.
(captou?)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Eu só gostaria de pedir perdão e, dizer que, a culpa não é sua.

sorry for the mess

E foi assim que começou, mais uma vez. Enquanto sentado na cadeira apoiando seu braços na mesa, de fronte para mim. Tragava mais uma vez, e soltava pela boca, a fumaça que dominava o recinto, enquanto proferia as palavras que me encontravam de frente, ecoando em meus ouvidos, latejando dentro da minha cabeça. Como numa conversa normal, de um pai preocupado com a saúde da filha, começou a falar sobre alimentação e, logo na terceira frase, eu ouvi o primeiro "idiota" não diretamente, mas, aquela coisa de "isso é coisa de gente idiota". Percebi no ato, que a "conversa" seria longa. Não parava de falar, ia me atorpelando, me massacrando sem um pingo de dó, com ar de superioridade, enquanto olhava atravéz do vidro da mesa. A vontade de ir embora dalí era tão latente e grande que, eu mal conseguia me mexer. Evitando olha-lo e as pontadas de suas palavras dentro da minha cabeça, comecei a enrolar o elastico nos meus dedos, com uma força já conhecida, a medida que meus dedos iam ficando roxos, gelados e doídos, eu podia sentir, ainda, com um pesar, que as palavras não haviam sessado e que era só o começo. Eu que logo de início, encarei com um certo "q" de esperanças, entendendo que o que ele estava falando, era para o meu bem, fui logo percebendo o tom de crítica em sua voz. Os dedos roxos, mas, não conseguia me concentrar naquela cor que me trazia dor. Minha vondade de correr ia aumentando a medida que o tom de voz dele ia se elevando. E num gesto covarde e silencioso, permaneci, tentando pensar sobre o que ele estava falando, sobre o que eu gostaria de falar, mas, nada, em nenhum momento me pareceu o suficiente para faze-lo parar ou refletir. Mesmo com a minha ostensiva negação, eu não pude ignorar os fatos: não era preocupação comigo, era crítica, era preocupação com ele e com a sua imagem. Comecei a gritar por dentro, enquando da minha boca saiam grunhidos que indicavam minha falta de lexo e argumentos tão presentes e tão escassos, ao mesmo tempo.
Entre críticas, palavras depressiativas e golpes invisíveis, eu soltei a resposta impensada: - Quem usa drogas faz mal para si e para os que estão ao seu redor, mas esse não é condenável para você, e se a grande maioria fala que é errado, eles estão errados. já um homossexual é abominação e fraco da cabeça, só porque gosta de uma pessoa do mesmo sexo e se a grande maioria critícia, a grande maioria é certa, porque é aberração, vai contra o curso natural da vida.
Foi então que ele explodiu, levantou da mesa e num tom mais alto, me falou sobre o meu "não sofrer" depressiação e ser vítima de piadinhas, por ter um menbro da família usuário de droga, mas que, ele, por ter um filho como eu, é apontado e motivo de chacota pela grande maioria normal, da siciedade. Falou sobre a minha capacidade de apontar e dizer que ele não era digno de falar nada, só porque é dependente.
- não, eu não disse que você não é digno. Eu só indaguei o porque de um ser abomiação para grande maioria e estes estão certos por pensarem assim e o outro ser algo normal, mas, condenado pela grande massa e esses estão errados, por pensarem assim.
- Isso que você falou não tem nada ver, eu não faço mal a ninguém, não interfiro na vida de ninguém e, se faço, é para a minha família, e mesmo assim não faço, vocês não estão raquiticos e sequelados. Você faz mal para sua familia e quer esfregar na cara de todos, obrigar que aceitem.
- Tem que procurar viver uma vida normal, condizente com a sociedade, se não, vai viver uma vida de sequelado, se intupir de remédios e morrer cedo. Vai ser que nem cássia eller, que morreu com trinta e poucos anos.
- Cássia Eller não morreu porque era lesbica, morreu porque era dependente química.
Ele desceu as escadas. Assim que falei o arrependimento me invadiu. O medo de chatea-lo, magoa-lo, a vontade de pedir desculpas por ter citado as drogas, a dor por ter usado exemplos, por ter causado uma chateação. Não, eu nada fiz, nada mais falei. Então me recolhi na minha covardia tão assistida e vivida e entrei para o quarto. Foi quando ouvi a porta do quarto ao lado, bater. Minha cabeça girou e eu me vi no meio de uma guerra, meus pensamentos em combate, minha vontade de fguir dalí, gritando dentro de mim e eu nada fiz. Tomei uma posição covarde, mais uma vez, aquela mesma, que tanto criticava na minha mãe. Sentei-me na ponta daquela cama e, de imediato a dor de todos os golpes recebidos, mais ainda dos que dei, me invadiu de uma forma única. Derramei lácrimas sem conseguir parar e, ao sessá-las, pensei: Foi só mais uma vez.
Se rasgar-me feito um porco no abate te faz feliz, então, que eu veja no seu rosto, o sorriso do gozo.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

memórias


Num dia cinzento de frio, vou caminhar até o boteco mais próximo, sentar naquele banco alto frente ao balcão, pedir uma xícara de café requentado e ler o jornal. Em seguida eu percebo olhos me olhando e, por cima do jornal, dou um espiada, não é ninguém, então vou me recordar que, ultimamente eu tenho visto coisas que não são, ouvido aquilo que cala. E, num longo e demorado piscar de olhos, vou abaixar a cabeça para tentar raciocinar com clareza. Passado um tempo, me levanto dalí, pago o centavo pelo café e caminho de volta para casa. Dentro de mim, aquela sensação de que eu tentei, que eu fiz algo diferente e por onde encontrar na esquina, um sentido para o meu existir. Ainda que esse algo diferente seja a mesma coisa, durante meses e meses. Na solidão do meu apto vazio, vou encontrar com o cheiro de mofo, de coisa velha, sentar na poltrona da sala e tentar ler um capítulo daquele livro tantas vezes aberto, nunca terminado, enquanto fumo um cigarro, sujando o cinzeiro limpo, que acabara de limpar, pouco antes de sair para "ver gente" as 6 da manhã, numa manhã de inverno, no boteco mais próximo.
E essa dor, essa angustia que perdura, sempre nas madrugadas, aparecendo com uma intensidade maior e eu..
eu? Bom, eu só sinto. E mais uma vez a dor me consome, o sentimento de solidão, a sensação de estar surtando no meio dos loucos. Não aguento mais, não tenho mais forças. Esses barulhos que não sessão, escuto por todos os lados, essas falta-de-não-sei-o-que, que não somem e não são definidas. O tempo ta passando, eu estou ficando, ficando, ficando, essa vontade de nada.

Lind não sabe mais o que fazer, os calmantes e os antidepressivos ja não fazem mais efeito. Lind está tão perdida no meio de tudo o todos.
Nesse momento, sentir é o que lind mais odeia, odeia ser sensível e se deixar afetar por tudo, até pelo fato de que aquela babaca faz distinção, porém, nem percebe, tamanha a falta de noção dela. Ah, e mais uma vez ela se encontra sentada naquela cadeira branca, ouvindo música e pensando em sumir, desaparecer de tudo e de todos. Merda! merda! lind exclama no seu intimo, gritando o suficiente para um estádio inteiro lotado, a ouvir. "Tem sido tão difícil" pensa ela, em meio as lácrimas que brotaram sem ela perceber.

...


- droga, to me sentindo mal, irritada, com vontade de chorar, ja estou chorando. Que saco !
- Se quiser falar, estou aqui para ouvir.
- que droga =[
- Então ta bom, eu vou dormir.
Boa noite, amo vc.

- não...

(ela se foi)

- não me deixe aqui sozinha, por favor.
(Não deu tempo, ela já havia ido.)


Estou perdendo os poucos e bom, pouquíssimos e sei, sinto que, a culpa é única e excluisavamente minha.

sábado, 7 de novembro de 2009


Enquanto sentada naquele banco de pedra, lind observava os pingos de ouro chorarem as folhas que acabaram de perder, na poda fresca.
Um turbilhão de pensamentos soltos, correndo por sua cabeça. -Droga, que droga, porque isso não sai?
Lind pode respirar o ar que fresco e sentir o sol das 8, queimarem lentamente sua pele branca, enquanto observava as formigas tão incansáveis.
Com riqueza de detalhes, lind observou cada milimetro daquele espaço que a envolvia, e ela só conseguia pedir em meio a tantos pensamentos, que aquilo passasse, que aquela vontade de não mais existir a deixasse, para que enfim, ela pudesse retornar para dentro de casa e encarar seus pais, falando alto na sala de jantar. O sol queimava a pele de lind, coisa essa que a incomoda muito, sua cabeça doia agudo e os olhos ardiam com toda aquela claridade, mas, de tudo, de todos aqueles detalhes, ela só conseguia pensar em como parar tudo aquilo, em como fugir dalí, de si mesma. Lind sabe que não pode fugir de si mesma, se lamenta por isso, essa garota patética. Lind enfim entrou, foi de encontro com o espelho, mesmo não gostando, ela tem que encara-lo, muito mais do que sua cabeça consegue calcular e suportar, então ela observou aquela face lânguida que apresentava o espelho. Então lind pensou: Vou tomar um banho, vestir uma roupa e ficar apresentável.
Lind sabe que a mãe dela se estristece de ve-la daquele jeito deplorável e, como uma boa menina, ela foi pro banho...

É tão difícil, as vezes.


Troco a música da play list, enquanto ela falava sobre ser feliz e como as pessoas são preconceituosas.
Creio que ela tentou mais uma vez, arrancar de mim uma confissão, tentou me deixar o recado "se essa for sua opção, assuma e seja feliz"
enquanto dizia que só se importava com a minha felicidade e que ela aceitaria e passaria por cima de tudo, desde que eu fosse capaz de sorrir, eu segurei as lácrimas e engoli qualquer palavra que pudesse passar de um "aham, concordo"
Começa a tocar "samson" e eu senti um rio que brotava dentro de mim vir a tona, querendo sair pelos meus olhos já cansados depois de uma noite toda sem dormir. Então ela falou e eu no meu imaginário só conseguia pensar no ponto em que ela realmente queria chegar, o que estaria ela tentando me passar, me dizer indiretamente. Eu sei que falar diretamente não é o forte dela, ela não consegue, talvez por medo, talvez porque indiretamente, rodeando a borda das palavras, doa menos.
De imadiato senti uma faca cruzar a linha da minha epiderme, derme ,chegando enfim, na carne crua e me rasgando por dentro, me sangrando. Senti um frio repentino e uma vontade de fugir. Senti vergonha de mim, senti nojo por tudo que já a fiz passar e mais uma vez, sem conseguir evitar a fazer passar de novo. Gostaria de dizer a ela que a minha "infelicidade" não é causada por conta de uma sexualidade não assumida diretamente, ou só por isso. Queria ter coragem e espaço pra dizer que, é mais, muito mais, vai além. Expor que me dói e só dói e vezenquando, no auge dessa dor eu a deixo transbordar e agrido, agrido por não saber lidar com a minha dor e por não saber dizer que simplesmente está doento e que não consigo falar, só sentir. Agredi quando um dos poucos e bons que ainda se fazem presentes aqui, veio me perguntar o que havia. A pergunta que entrou pelos meus ouvidos fazendo minha cabeça doer. E eu nem sequer consegui ser sincera com ela, pelo contrario, fui rude, como de costume.
Gostaria de dizer pra ela tudo o que está aqui a mais ou menos vinte anos e que eu nunca, jamais tive coragem nem de ter vontade de dizer. Me vi muda, como é sempre de costume. Não consegui, mais uma vez, eu não consegui, não foi dessa vez e não espero a próxima.
Ouvi os passos da minha vó, vindo de encontro aos meus, e senti o abraço dela, assim, quase que tão repentino e inesperado que mais um pouco, eu teria me assustado. Então aquela face alva me olhou serena, e num sorriso doce, disse que me amava e queria o meu melhor, falou de amor, e disse que sem um amor, a gente não consegue ser feliz. Pediu que eu vivesse mais e que sorrisse. Pediu perdão por ter me batido quando era pequena, e por eu ter sido a única, pra quem ela levantou a mão.
Aaaah, como pode ser tão doce, essa senhora? Mal sabe ela que eu me lembrava sim, dos tapas que levei, mas agradecida. Mal sabe ela que, não é falta de amor que me faz ser/parecer "triste" mas é falta de algo que não sei, é excesso de muito que não gostaria, é esse vazio que não sai, essa eterna busca por um lembrete e não encontrar nada, tirar o telefone do gancho pra ver se ele não está desligado. Esse estar só, que não muda, nem no meio dos poucos e bons, que me rodeiam. Mas, se não fosse esses poucos e bons, eu não teria momentos de esquecimento, esquecer de pensar naquilo que inesiste para muitos, mas que é realidade pura aqui dentro.
E termina a música, eu termino o meu escrito. Mas o peso, a dor, o vazio, a solidão? Esses não me deixam, são os meus mais fiéis e presentes companheiros. Que assim seja.
Porque você passa anos conhecendo e tentando entender o outro, estando para o para outro e tentando ajuda-lo. Quando percebe, se esquecera de você mesmo, não se conhece e nem ao menos consegue se entender. Ajudar a si próprio? Como, se nem ao menos sabe se olhar?
E é ai que você percebe que algo não está certo, não está.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Eu hoje to no lado de cá.

Então, para disfarçar a minha dor, eu falo de amor, enquanto bebo essa água e dou um trago no cigarro barato. Falo sobre aquilo que não conheço, riu daquilo que não tem graça e, na deplorável condição de ser vivente, vou existindo. Nessa existência insistente, vou conhecendo um pouco daquilo e daquile outro, lentamente andam as horas e, quando uma lembrança boa me vem a mente, sorriu de imediato. -Eu sorri hoje, você percebeu?
Sorri quando o vento entrou pela janela e encontrou o meu rosto. - Não, você não percebeu. E como poderia? anos e anos aqui sozinha, como iria alguém, do outro lado, perceber um sorriso meu.

-Romantismo? Deves mesmo estar ébrio..


Darte-ei um beijo de boas vindas...
Sentirei-me mais leve,confortável a medida que o tempo passar e a música no nosso ambiente começar. Vou sorrindo com os olhos, na máxima expressão que sou capaz, e então, num abraço, eu vou te encontrar. Quando nada mais tiver importancia, eu vou congelar o momento, e o teu cheiro eu vou eternizar. Ao acordar e reconhecer o seu cheiro em algum ponto de mim, de cá, de lá, eu vou reviver o nosso encontro e vou sorrir serena, então eu vou olhar de lado e lá você vai estar. Fuuuu, um sopro de vida em nós, nessa manhã tão clara.

É só confusão.


As mesmas duas músicas a mais de 36 horas, das quais 5 lind dormiu e, nas outras restantes, pensou, pensou, pensou.
Uma angustia tomou conta de mim nessa manhã cinzenta de quinta-feira. Agora, aqui sentada nessa cadeira branca, uma parte de mim quer derramar lácrimas de não sei o que, nem porque, mas a dor me invadiu tão abrupta de tal forma que não consigo controlar. Controlo, controlo sim. Casa cheia, ouço passos e vozes o tempo todo e, enquanto a euforia toma conta dos passantes, a melancolia me consome, me resigna.
Lind não sabe o porque, o porque dessa irritação, dessa vontade de chorar que vem mais forte a cada palavra pensada. Lind sente numa intensidade absurda e isso faz mal, vezenquando. Tanto tempo se passou desde a ultima vez que ela não conseguira controlar a emoção. Dor de cabeça, e uma quase pré-disposição-para-algo-que-não-sei-o-que. Essa barra de cereal com gosto de nada, essa água que desce queimando e eu tendo de sentir e observar muda, indolor, insensível. Mas uma vez sentada nessa cadeira branca, de fronte a ela, ouvindo e ouvindo, agora quem tem o tom arrogante e a ignorancia aparente, é ela. Vai me reduzindo a cada palavra proferida e eu na máxima vontade de fugir dali, não consigo nada fazer, continuo, e a medida que os segundos vão passando e a voz dela vai em fim, se fazendo menos presente, vou observando com pesar, o que virára essa "familia" estruturada na areia. Minha cabeça dói e me dói a minha covardia, complacencia e o silêncio não quisto. Então, como quem nada sentiu, viro pro lado e observo o dia que começa triste lá fora, com uma cor que poucos gostam, mas, que me consola, me conforta e me alivia.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A nota mais bonita de uma melodia inteira.


Como explicar um encontro que nunca aconteceu, uma ligação que acontece quase que assim, puft. -oi.
Dispenso as palavras, quando o que quero dizer, é sentido, e só sentido. Então, eu sei que você pode ler meus sons. Ouvir minhas palavras. Você ouve minhas palavras, agora?
Amizade? Eu não sei, mas há, há algo em ti(seu, você) que eu somente não quero longe de mim. Você me entende? Eu sinto muito, por sentir mais ainda quando na poeira do tempo, a gente se encontra em um mundo nosso. Meu, seu e de quem quiser (?) talvez, a chuva ta caindo lá fora, na sequidão da minha calçada, então, eu quero sentir o cheiro, porque assim, eu guardo esse momento, as suas letras. Eu guardo.
Obrigada, o bem que me faz não tem som, tem sim, intensidade.

As notas de uma melodia.

chega ser engraçado pensar que eu pensei, lembrei do mesmo que você, lembrei você lembrei a nossa terra.
Evaporar, seria tão bom simplesmente evaporar...
E se eu aceitar, promete sempre me acompanhar, no lugar em que o vento nos levar?"
"Sim, eu não sei nada de você, talvez não saiba o convencional, mas sei o que me importa nesse momento, e ainda assim, eu aceito evaporar, contigo... posso bater pinos, mas eu adoraria que você estivesse comigo, se é que isso lhe mostra alguma importancia..
O desconhecido me atrai, me distrai, me prende e me deixa... quero o desconhecido, temo e anseio.
a desconhecida te atrai?"
"vejo tantos ao meu redor, tanto ao meu redor... eles vem e vão, eles permanecem, uns aqui, outros ali, eu aqui, querendo estar alí, ai, acolá.
Eu quero sumir de tantos, de muitas coisas... Mas eu não quero sumir de você, porque eu não quero que você suma de mim, eu não tenho vida, sem música, sem melodia... penso você, aguardo você, nós... gaita sem viola, não tem graça, e creio que logo em breve não terá também, mais sentido de ser.
Fujamos para longe... vem comigo?"
"pode ser verde ou vermelho, azul camaleão, um arcoíres universo, dentro da minha canção... então para acompanhar esse refrão, eu te componho uma canção.
penso em ti, quero em mim."

Ta calor, no frio do meu ser.

O calor é absurdo. Derrete um pouco de mim, na alta temperatura que faz aqui e lá. Me liquidifico sem o mínimo de vontade e escorre meu ser, como cera de vela queimando, no prato que a suporta. Assopro minhas idéias para tentar tocar nelas e coloca-las em seus devidos lugares.
Dois dias que mais parecem dois anos, nesse meu emaranhado de pensamentos frouxos,soltos, caídos em maio ao vão. Essa vontade mordaz de um vento refrescante no meu ser, mas não há, não há. Vou derretendo nos sentimentos que não controlo, nos pensamentos que não coordeno e então. Cadê? cadê a minha sanidade, o frio que eu gosto para me fazer sentir com mais complacência e calma.