quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Eu hoje to no lado de cá.

Então, para disfarçar a minha dor, eu falo de amor, enquanto bebo essa água e dou um trago no cigarro barato. Falo sobre aquilo que não conheço, riu daquilo que não tem graça e, na deplorável condição de ser vivente, vou existindo. Nessa existência insistente, vou conhecendo um pouco daquilo e daquile outro, lentamente andam as horas e, quando uma lembrança boa me vem a mente, sorriu de imediato. -Eu sorri hoje, você percebeu?
Sorri quando o vento entrou pela janela e encontrou o meu rosto. - Não, você não percebeu. E como poderia? anos e anos aqui sozinha, como iria alguém, do outro lado, perceber um sorriso meu.

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