quarta-feira, 10 de março de 2010

Párvoa.

E o prémio "Imbecil do ano" vai para: ...
- A medida que os dias vão se findando e a noite chegando trazendo com ela todo esse sabor ácido, poluído, de um dia que passou e deixou, abrindo espaço para o ócio, vou tescendo a corda para a minha própria forca. Tenho sido muito rude, eu sei. Na verdade eu sempre soube, fui. Não sei falar com as pessoas, por isso que difícilmente abro a boca para pronunciar algo, ou sequer para soltar o ar empregnado em meus pulmões preenxendo o vazio, sufocando, lutando para ir ao mundo, conhecer o que há do lado de fora do meu corpo. Vai que numa dessas, uma palavra indevida me sai da boca sem que eu queira. Eu nunca quero, hoje não quis, mas de repente me vejo num emaranhado de palavras soltas, entrando pelos ouvidos, saindo pela boca, caindo num abismo de pensamentos desgovernados, sem destino certo. Não gosto, não sei controlar como deveria e sempre acabo machucando alguém. Esse meu jeito ditador, violento de proferir aquilo que na verdade não quero, mas, que antes que eu possa interromper, formular, parafrasear corretamente, me escapa.

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