quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Eu me esqueci de te esquecer.


Me esqueci de escrever e falar palavras bem elaboradas e confeitadas de amor. Me esqueci de dizer coisas que quis, mas que no fim, ficaram para depois. Me esqueci de correr mundos, nessa geografia louca que nos separa, para que enfim, no fim, eu a encontrasse pulsando pelo encontro ja tão esperado. Deixei que os medos tomassem conta e por vezes me senti incapaz de sentir com a intensidade de um apaixonado. Os ponteiros do relógio caminham lentamente, enquanto a chuva despenca a água ácidulada e,eu me esqueci de muitas coisas, essas mesmas que, na lenditão dos ponteiros, nos dias de chuva, eu me recordo claramente. As mesmas horas que passam tão rápidas e rasteiras, enquanto eu tento acompanhar os seus passos esquivos, num dia de sol amarelo e quente, exatamente como você gosta e eu detesto, exato momento, o qual eu aceitaria ser um raio desse mesmo sol, para que não mais veja as horas, e te perca por entre os ponteiros alucinados, mas, que assim, como o amarelo que te toca, eu te tocar também, de leve, sua pele é branca e sensível, não quero queima-la, pelo contraio, quero te expor ao calor que aquece o inverno da nossa distância. E eu deixei de dizer, que contigo eu me lembro do que é ecenssial para um dia de frio, de chuva e calor, a intensidade. Intensidade essa, que me faz suportar e quase definhar, na amargura do outuno que me visita todas as manhã quando acordo, e não enxergo meu verão ao lado. Intensidade que faz o inverno me causar hipotermia, na geada que invade dias maus. Intensidade da chuva que cai no deserto do nosso vazio.
Então, quando me levanto da cama e me prepraro para mais um dia cinza, depois de sentir o beijo frio do meu despertador, penso logo, com um sorriso de esperança, que o verão logo chegará, o cinza vai passar e contigo eu vou estar. Eu não escrevo o tanto que eu sinto, eu não sinto o tanto que digo, eu apenas sinto com a intensidade de todos as estações do ano, com o rítimo do meu piscar de olhos e com a frequencia da minha respiração. E embora eu tenha me esquecido de colocar no lembrete amarelo, da nossa geladeira grafite, eu não esqueço de pensar todos os minutos, que é são seus, os lembretes na geladeira, nos dias em que você está viajando, e que quando regrassar, talvez a geladeira não esteja coberta de papéis amarelos, mas meu coração vai estar transbordando calor, em cada "eu te amo" que incansávelmente não digo, mas, que permanentemente penso.

Um comentário:

tay disse...

Dela, para ela, por ela. (L)