quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"Deixar apodrecer a vida..."


Nas palmas das minhas mãos eu vejo as linhas da minha vida, sinuosas, dançantes, que a cada movimento tornan-se mais aparente, exibidas ou mais reclusas. Curtas, as linhas da minha vida, e a cada fumaça que a minha boca solta,me vem o pensamento latente e articulado, de como a vida escorre por entre os meus dedos, a cada manhã que chega, a cada suspiro que dou. Transcorre a minha vida, e vou perdendo o meu viver, além de uma existência maciça, ficam as linhas frágeis, quase apagadas, assim como a penumbra da minha existencia, como o odor do meu viver que existe na minha mente, entre um drink de água com limão, e outro. Passo horas sentada naquela cadeira branca, enquanto a vida passa e minhas mãos se movimentam involuntariamente, sem que eu premedite, observo uma vida que vai para fora da porta de casa e lambe os cabelos dos passantes, enquando o sorriso de gozo toma conta de rostos que não só existem, mas plenamente, abundantemente, transbordam a vida que lhes sorri serena. Eu aqui, sentada nessa cadeira, esperando um sopro de algo, qual o que, vem me salvar. Me pergunto quando é que essas linhas irão em fim se apagar, se vão se apagar, até que ponto a claridade do sol que bate nelas, cegará meus olhos desnudos de um sorrir sereno, uns risos seus.
A vida é tão frágil, mas tão dolorosamente insistente.
ou não.

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