segunda-feira, 8 de junho de 2009

Pouco pode parecer uma eternidade.

Passei duas horas em meio a pensamentos, os quais nem sabia, sei, quais são. Me expus
como as viceras de um animal é exposta assimque lhe abrem a barriga para limpar sua carne. E no fim do dia, eu vi cinza no lugar no colorido, meus lápis já não tem a mesma tonalidade e eu nem ao menos sei direito o porque, já que os tento conservar dentro da caixa, todos bem alinhados e firmes, para que não venham a perder nenhuma de suas belas pontas, que agora se fazem gastas, alguns perderam suas pontas, outros simplesmente foram tão usados, que não é mais possivel colorir com eles. Nada tem cor. Fiquei três dias pensando no que eu poderia fazer para melhorar alguma coisa, para enxergar o fungo e tirá-lo do pão,mas não consegui chegar a lugar nenhum. O fungo ainda permanece. Você deve se perguntar o que são esse bando de palavras jogadas em "folha de papel", o porque dos mesmos clichês... sabe, eu não sei explicar o porque,ou talvez eu saiba, mas ultimamente eu não tenho conseguido falar muito,escrever muito, andar muito, querer muito. Só sinto, sinto muito. Tentei costurar barrigas por aí,tetei decorar minha sala,com flores, mas essas se secaram tão rapidamente. Me pergunto o porque dessa casa estar tão suja e com aspecto de abandono. Então eu acendo o cigarro,aquele que eu não fumo, dou uma tragada e penso por mais ou menos trinta minutos, como está tudo tão vazio e sem sentido,minha xícara cheia de café, degusto. Não sei porque,mas ultimamente sinto um amargor em tudo que chega em minha boca. Meus ultimos dias passam como um filme em minha cabeça, tão pouco tenho conseguido compreender, ajudar, fazer. Tão pouco consigo acreditar, querer. Meus pulsos estão amarrados, minha vóz não sai, eu não consigo gritar, não consigo e nem posso me soltar, meu interior grita tão alto que eu começo a ensurdecer. Toda essa meticulosidade que acaba fazendo mal. Estou em pedaços, estão conseguindo tirar minha barrigada,minhas tripas, sinto que estão tão próximos do coração, tão fragmentado, cheio de veias entupidas, faltando pedaços, mas ainda assim batendo. Estão chegando no meu coração, então logo darão o golpe final, eu finalmente descansarei, sem mais dor, sofrimento, sem enxergar tudo aquilo que me faz chorar. Enxergando só a coloração do céu, que eu espero, nesse dado momento, estar azul, me contemplando com cor plena.

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