quinta-feira, 25 de junho de 2009

Já não sinto mais aquele cheiro de café .

Sinto falta da minha mãe vindo ao meu quarto me chamar, quando na verdade eu ja estava de olhos abertos. Ela entrava com aquele pijama todo colorido e desenhado, me avisando que ja eram 07 horas, eu sempre soube que ela mentia sobre o horário, para que eu não chegasse atrasada na escola, ajustava o relógio com dez minutos a mais.
Então eu ouvia quando a tv era ligada e ela sentada no sofá vendo o jornal da manhã, chamava para tomar o café com ela. Eu quase nunca aceitava, já que qualquer coisa que fosse parar no meu estômago, pela manhã, me fazia passar mal depois. Assim que me via saindo do quarto, tirava quase que imediatamente os olhos da tv e fixava-os em mim, me falando logo em seguida que eu deveria ter passado o uniforme. Eu nunca me importei com o uniforme, nem com o amassado das roupas. Então eu podia comtempla-la sentada degustando seu café preto, me falando sobre minha (ir)responsabilidade com horários. Ela não parava de balançar a perna direita "sindrome da perna inquieta" no caso dela, era apenas a direita. Ainda é. Me recordo daquele pijama de boneca, que ela tanto adorava se tornára o preferido. Hoje eu sou acordada por um despertador frio e irritante, quase nunca eu chego no horario e minha soneca dura mais do que cinco minutos, levanto e me preparo para um dia cinza, muito diferente do colorido daquele pijama de boneca, onde ela não se encontra com a perna inquieta, sentada no sofá, nem me convidando para o café, nem fixa mais os olhos em mim, aliás... difícil o dia em que nos olhamos de verdade.

(Texto adaptado. Texto original de: Giovanna Lima.)

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